4ª Semana da Quaresma - 4ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo 68,14 A
vós, Senhor, minha oração dirijo, no tempo em que me ouvis; respondei-me, ó
Deus, com a largueza de vossa misericórdia e com a verdade de vossa salvação.
Oração do Dia: Ó Deus, que
recompensais os méritos dos justos e perdoais aos pecadores que fazem penitência,
sede misericordioso para conosco: fazei que a confissão de nossas culpas
alcance o vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Profeta
Isaías 49,8-15
Isto diz o
Senhor: “Eu atendo teus pedidos com favores e te ajudo na obra de salvação;
preservei-te para seres elo de aliança entre os povos, para restaurar a terra,
para distribuir a herança dispersa; para dizer aos que estão presos: ‘Saí!’ e
aos que estão nas trevas: ‘Mostrai-vos’. E todos se alimentam pelas estradas e
até nas colinas estéreis se abastecem; não sentem fome nem sede, não os castiga
nem o calor nem o sol, porque o seu protetor toma conta deles e os conduz às
fontes d’água. Farei de todos os montes uma estrada e os meus caminhos serão
nivelados. Eis que estão vindo de longe, uns chegam do Norte e do lado do mar,
e outros, da terra de Sinim”. Louvai, ó céus, alegra-te, terra; montanhas,
fazei ressoar o louvor, porque o Senhor consola o seu povo e se compadece dos
pobres. Disse Sião: “O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim!” Acaso
pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de
seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém não me esquecerei de ti. -
Palavra do Senhor.
Comentário: Há um tempo particular; no
qual Deus decide intervir. Esta intervenção, apesar das aparências, não estará
na ordem da providência "normal", pela qual Deus "dá o sustento
a todos os que lho podem" e enche de bênçãos todo ser vivo. Israel
distingue-se dos outros povos, não porque receba mais do que eles os bens da
terra. A terra de Israel não deixa nunca de ser uma terra
"prometida". Israel faz experiência exatamente de ser o guarda dessa
promessa. Muitas vezes, as profecias alongam-se em descrever os bens que serão
dados a Israel, mas estes bens são como o sal que o pastor promete à ovelha,
para trazê-la consigo por montes e vales rumo ao pasto. Este jogo de sempre
prometer sal e de tê-lo sempre em mãos pode parecer em certos momentos uma
zombaria, mas ai das ovelhas se o jogo cessasse! Ai delas se o pastor se
desinteressasse pelo rebanho! Isto não acontecerá. O Senhor não se esquece. O
Senhor está perto (Salmo). Deus tira Israel de sua tranquilidade para depois
caminhar à sua frente. Ao segui-lo. Israel vê o próprio caminho e torna-se
livre. (Missal Cotidiano)
Salmo: 144(145), 8-9.
13cd-14. 17-18 (R. 8a)
Misericórdia
e piedade é o Senhor.
Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é
amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua
ternura abraça toda criatura.
O Senhor é amor fiel em sua palavra, é
santidade em toda obra que ele faz. Ele sustenta todo aquele que vacila e
levanta todo aquele que tombou.
É justo o Senhor em seus caminhos, é
santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo
aquele que o invoca lealmente.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 5,17-30
Naquele
tempo, Jesus respondeu aos judeus: “Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu
trabalho”. Então, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque, além de
violar o sábado, chamava Deus o seu Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus. Tomando
a palavra, Jesus disse aos judeus: “Em verdade, em verdade vos digo, o Filho
não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o
Pai faz, o Filho o faz também. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele
mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados.
Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a
vida a quem ele quer. De fato, o Pai não julga ninguém, mas ele deu ao Filho o
poder de julgar, para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem
não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou. Em verdade, em
verdade, eu vos digo, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou,
possui a vida eterna. Não será condenado, pois já passou da
morte para a vida. Em verdade, em verdade, eu vos digo: está chegando a hora, e
já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem
viverão. Porque, assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo
concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. Além disso, deu-lhe o poder de
julgar, pois ele é o Filho do Homem. Não fiqueis admirados com isso, porque vai
chegar a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho e
sairão: aqueles que fizeram o bem, ressuscitarão para a vida; e aqueles que
praticaram o mal, para a condenação. Eu não posso fazer nada por mim mesmo.
Eu julgo conforme o que escuto, e meu julgamento é justo, porque não procuro
fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Jesus
começa aos poucos a manifestar a sua origem e a sua natureza divina. Ele de
fato é o Filho de Deus, que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e
realizar a sua obra, que é a salvação de todas as pessoas, salvação que
significa ressurreição e vida eterna, libertação do jugo do pecado e da morte.
Mas esta obra é somente para quem crê que Jesus é o Filho de Deus, é para quem
crê que ele veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e vê na sua ação a ação
divina em favor dos homens, de modo que a fé é essencial para a nossa salvação,
para a nossa ressurreição e para que vivamos eternamente. (CNBB)
O
ódio crescente contra Jesus e a decisão de matá-lo tinha uma razão bem clara:
sua pretensão de fazer-se igual a Deus. Isto se deduzia da liberdade com que
trabalhava em dia de sábado. Segundo a teologia da época, só Deus trabalha em
dia de sábado para garantir a subsistência da criação e da vida sobre a face da
Terra. Os sinais realizados por Jesus, em dia de sábado, tinham características
semelhantes, pois estavam estreitamente relacionados com a recuperação da vida.
Nos seus ensinamentos, Jesus jamais chamou-se de "Deus". De fato,
sempre falou do Pai, a cuja vontade estava submetido, do qual viera e para o
qual voltaria, que o enviou com a missão de restaurar a existência humana
corrompida pelo pecado. Sua palavra era perpassada pela consciência de ser
Filho. Nunca pretendeu usurpar o lugar do Pai; antes, soube colocar-se no seu
devido lugar até o último momento, quando exclamou: "Pai, em tuas mãos
entrego o meu espírito!". Jesus, porém, tinha consciência de ser o caminho
de encontro com o Pai. Quem acolhesse suas palavras, estaria acolhendo as
palavras do Pai. Crer nele comportava crer no Pai. Honrá-lo corresponderia a
honrar o Pai. Pelo contrário, rejeitá-lo significava rejeitar o Pai. A teologia
rígida dos adversários de Jesus não podia suportar tamanha ousadia. A decisão
de matá-lo foi o expediente extremo para eliminar uma pessoa incômoda. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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