Criado à imagem de Deus, chamado a conhecer e a amar a Deus,
c homem que procura Deus descobre certos «caminhos» de acesso ao conhecimento
de Deus. Também se lhes chama «provas da existência de Deus» – não no sentido
das provas que as ciências naturais indagam mas no de «argumentos convergentes
e convincentes» que permitem chegar a verdadeiras certezas.
Estes «caminhos» para atingir Deus têm como ponto de partida
criação: o mundo material e a pessoa humana.
O mundo: A
partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e da beleza do mundo,
pode chegar-se ao conhecimento de Deu: como origem e fim do universo.
São Paulo afirma a respeito dos pagãos: «O que se pode
conhecer de Deus manifesto para eles, porque Deus lho manifestou. Desde a criação
do mundo, a perfeições invisíveis de Deus, o seu poder eterno e a sua divindade
tornam-se pelas suas obras, visíveis à inteligência» (Rm 1,19-20).
E Santo Agostinho: «Interroga a beleza da terra, interroga a
beleza do mar interroga a beleza do ar que se dilata e difunde, interroga a
beleza do céu [...] interroga todas estas realidades. Todas te respondem: Estás
a ver como somo belas. A beleza delas é o seu testemunho de louvor
[«confessio»]. Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo
[«Ptdcher»], que não está sujeite à mudança?».
O homem: Com
a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu sentido do bem moral, com a sua
liberdade e a voz da sua consciência, com a sua ânsia de infinito e de
felicidade, o homem interroga-se sobre a existência de Deus. Nestas aberturas,
ele detecta sinais da sua alma espiritual. «Gérmen de eternidade que traz em si
mesmo, irredutível à simples matéria», a sua alma só em Deus pode ter origem.
O mundo e o homem atestam que não têm em si mesmos, nem o
seu primeiro princípio, nem o seu fim último, mas que participam do Ser-em-si,
sem princípio nem fim. Assim, por estes diversos «caminhos», o homem pode ter
acesso ao conhecimento da existência duma realidade que é a causa primeira e o
fim último de tudo, «e a que todos chamam Deus».
As faculdades do homem tornam-no capaz de conhecer a
existência de um Deus pessoal. Mas, para que o homem possa entrar na sua
intimidade, Deus quis revelar-Se ao homem e dar-lhe a graça de poder receber com
fé esta revelação. Todavia, as provas da existência de Deus podem dispor para a
fé e ajudar a perceber que a fé não se opõe à razão humana.
Fonte:
Catecismo da Igreja Católica (31 ao 35)
Foto retirada da internet
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